Rede Voluntária Vale promove encontros presenciais com os Comitês Regionais

No início deste ano, a Rede Voluntária Vale  organizou encontros presenciais com os membros dos Comitês Regionais para abordar informações importantes sobre o Programa de Voluntariado Corporativo, como também aproximar as pessoas que são referência do voluntariado nas suas localidades, trocar experiências e entender os principais desafios do voluntariado. O que é a Rede Voluntária Vale? Qual o propósito da Vale, e de que maneira o Programa de Voluntariado se insere nesse propósito? Qual o papel dos Comitês Regionais? Esses foram alguns temas destacados nos encontros.

Os encontros foram organizados em polos. Um foi realizado em março, em Parauapebas, no Pará, e direcionado aos representantes dos Comitês localizados nos estados do Pará e Maranhão. Outro foi realizado em abril, em Nova Lima, em Minas Gerais, e direcionado aos representantes dos Comitês localizados no estado de Minas Gerais, além dos representantes do Comitê de Vitória e de Simões Filho, que são comitês isolados nos seus estados. Um terceiro encontro já está marcado para o dia 8 de maio, no Rio de Janeiro, e é direcionado para os representantes dos comitês do estado do Rio de Janeiro.

Encontro Regional realizado em Parauapebas, no Pará, junto aos representantes dos Comitês Regionais localizados no PA e M

Para Mariana Pedroza, o principal objetivo dos encontros foi praticar a escuta ativa juntos aos voluntários e voluntárias da Rede.

“Cheguei para assumir a gestão da Rede Voluntária Vale em abril de 2023, e desde que começamos a fazer contato com os comitês, surgiu essa demanda, de nos encontrarmos presencialmente. Nas reuniões online há a escuta possível, mas se perde em qualidade. O voluntariado é feito pelos comitês, por quem está na ponta. A gestão tem o papel de coordenar, manter a unidade do programa, passar as orientações, trazer informações que estejam alinhadas à proposta do programa. A gente precisa praticar muito a escuta ativa, entender os desafios do voluntariado nos territórios”, disse Mariana.

Ketley Dray lembra ainda que o encontro presencial possibilita uma conexão maior, mais troca com as pessoas, não só através de palavras, mas também com gestos:

“É mais acolhedor. Como participei da gestão passada, no momento pós pandemia, em que ainda era necessário que as pessoas se resguardassem, eu trabalho com eles desde 2022, mas só conhecia os voluntários e voluntárias pela tela do computador, por fotos. Foi muito bom presenciar a empolgação deles, contando como fizeram para uma determinada ação ser bem sucedida, por exemplo. No caso de Carajás, que contou tudo sobre o Programa Vale Aprender Inglês, foi muito bom estar vivendo ali esse momento que pode ser histórico. Pode ser que daqui a algum tempo todos os comitês façam esse Programa, e eu participei da formação. Para mim, é um grande avanço”, disse Ketley.

Estar com os representantes dos Comitês Regionais de forma presencial também foi importante para avaliar melhorias na gestão do Programa, segundo Mariana Pedroza. Os desafios existem, e a equipe de gestão da Rede Voluntária Vale precisa saber quais são para poder se estruturar e dar o apoio possível.

“Ao longo dos encontros, tivemos a oportunidade de conhecer mais sobre os destaques e os desafios dos Comitês participantes. Essa troca foi muito rica, pois permitiu identificar boas práticas com possibilidade de replicação em nossa Rede, além de discutirmos sobre os desafios sinalizados por um ou mais Comitês em que, juntos, propusemos soluções.”, disse Mariana.

Nas conversas com os voluntário(a)s, Ketley Dray percebeu, com nitidez, que há um senso comum na percepção dele(a)s: o apoio da liderança é fundamental para o programa.

“Conversei com pessoas antigas e mais novas, e o que ouvi, em comum, foi que é preciso ter apoio dos líderes. É uma espécie de respaldo, não só para falar em reuniões, como para dar suporte às iniciativas”, disse Ketley.

 

Deixar um legado

Para a equipe de gestão do voluntariado corporativo, houve tempo de escutar e houve também o tempo de passar informações importantes. Os principais pontos, segundo Mariana Pedroza, falam sobre a necessidade de entender as demandas por meio da escuta junto ao público beneficiado, de firmar parcerias locais para a realização das ações e sobre a estruturação de ações sustentáveis para o desenvolvimento local.

“É muito importante perceber que precisamos de parcerias com as comunidades, com o poder público, com as empresas, e afastar um pouco a ideia de que somos heróis e podemos mudar o mundo sozinhos. O grupo precisa atuar em conjunto e saber ouvir. Quando decidir ajudar uma instituição, primeiro vamos ouvi-la para saber de suas reais necessidades. Pode ser que, ao invés de doações de produtos, uma instituição precise mais da doação da nossa expertise, por exemplo, na área administrativa. Ao ajudar a instituição em sua regularização, é possível que ela acesse recursos de Fundos de Garantia de Direitos, como o Fundo da Infância e Adolescência ou o Fundo do Idoso, a depender do público que a instituição atenda. É disso que se trata a escuta ativa e a estruturação de ações sustentáveis”, disse Mariana.

Entre os exemplos de ações voluntárias estruturantes que ocorreram esse ano, e que pode ser replicado, Mariana destacou a campanha “Apoie um Ciclo’. A iniciativa teve como objetivo dar foco a um problema desconhecido por muitos, a pobreza menstrual de meninas e mulheres. Para isso, voluntários Parauapebas, Canaã dos Carajás, Curionópolis (PA), Açailândia e São Luís (MA) se mobilizaram na arrecadação de absorventes íntimos femininos. Porém a ação não se limitou a doação.  Para garantir a sustentabilidade da iniciativa, os voluntários organizaram palestras sobre a saúde da mulher para o público beneficiado, além de repassarem orientações sobre como ter acesso aos absorventes de foma gratuita pelo Programa Dignidade Menstrual, do governo federal.

“A mobilização para a arrecadação de absorventes ocorreu em março, mês de celebração do Dia da Mulher, e foi fundamental para chamar atenção para o problema da pobreza menstrual. A ação movimentou diversos voluntários, entre empregados e terceiros da Vale, que além da arrecadação, produziram vídeos informativos e de divulgação da campanha que foram apresentados em reuniões de equipes e de Diálogo de Saúde e Segurança (DSS), no Viva Engage (rede social do Teams) e em grupos de WhatsApp, contribuindo para a engajamento de mais voluntários. Além das doações dos absorventes femininos, as beneficiadas participaram de palestras sobre saúde da mulher e receberam orientações sobre como retirar de forma gratuita os absorventes nas farmácias credenciadas pelo Programa Farmácia Popular do Brasil. A forma como a ação foi estruturada garantiu a sustentabilidade da iniciativa. Precisamos divulgar essas boas práticas para repensarmos nossas ações e replicarmos na Rede Voluntária Vale”, disse Mariana.

Para os próximos anos, o Comitê de Gestão da Rede Voluntária Vale pretende levar adiante os encontros regionais, da mesma forma como aconteceram os do ano de 2024. E existe ainda a possibilidade de fazer visitas e participar de algumas ações.

“Não serão visitas de avaliação, de forma alguma. Queremos participar de ações,  entender melhor as necessidades, vivenciar com eles o voluntariado. Dessa forma, poderemos compreender melhor os desafios e pensar em soluções”, concluiu Mariana.

 

Depoimentos

 

Abaixo estão alguns depoimentos de voluntários e voluntárias que participaram dos encontros nos dois polos:

“Sei que os encontro nacionais são ótimos, mas é uma logística muito mais difícil. Gostei muito do encontro aqui em Nova Lima, porque foi a oportunidade de a gente rever os colegas, de conhecer os novos agentes. A gente conversa muito pelo Whasapp, não tem oportunidade de se ver. Foi uma oxigenação que a Mariana deu, sobre as normas do programa, sobre trazer pontos importantes como ajuda para aqueles que são recém chegados no comitê para todo mundo ficar alinhado. Uma informação muito importante, por exemplo, foi a necessidade de se fazer blackout das ações nas instituições públicas por causa das eleições. Eu vejo como possibilidade de melhoria, uma sugestão, é que haja mais momento de troca nesses encontros, sobre ações que os comitês tenham feito, mas de maneira construtiva, para que uns possam aprender com os outros. Acho que a gente poderia chamar de ‘momento de boas práticas’”.

Jorgia Rodrigues, Comitê Itabira

 

“Sou do Comitê Belo Horizonte – Nova Lima há mais ou menos um ano. Temos um suporte muito bom da equipe de gestão da Rede Voluntária Vale, mas nunca havíamos nos encontrado para poder integrar com outros comitês. Esse encontro foi muito bom para dar força às relações interpessoais e fortalecer ainda mais os comitês de Minas Gerais. Foi bem organizado, com uma pauta definida, com assuntos já programados. Alinhou como os comitês funcionam, as expectativas, os objetivos, as metas, as nossas responsabilidades, vários assuntos para todos os comitês. Foi bom para a gente caminhar no mesmo sentido, para todos termos o mesmo propósito. A unificação fortalece até o direcionamento das ações. Para mim, o que ficou como mensagem foi a fala da Mariana  com relação à importância  de ajudar a pescar, não só dar o peixe. As ações pontuais agregam, mas temos  pensar além disso, capacitar pessoas, oferecer subsídio para transformar territórios. Ter ações que promovam o resultado a longo prazo. E essa mensagem dialoga muito com o que o presidente Bartolomeu fala, sobre a importancia da continuidade e estabilidade. É possível promover a estabilidade e a continuidade das ações que se faz nos territórios. Essas duas palavras encaixaram bastante com a proposta da equipe de gestão, que é subsidiar, capacitar as pessoas para serem protagonistas. Sem esquecer as ações pontuais, claro, que elas também são importantes”.

Deborah Vasconcelos, Comitê BH | Nova Lima

 

Faço parte do Comitê São Luís desde que entrei na Vale, há dois anos e quatro meses. Eu fui apresentado à Rede Voluntária Vale já na ambientação, achei muito interessante e me inscrevi. Fui ao encontro com uma expectativa meio desconfiada, não sabia o que iria acontecer. Mas assim que cheguei e ouvi a introdução feita pela Mariana Pedroza, da equipe de gestão do Programa de Voluntariado Corporativo, achei sensacional. Depois, cada regional passou a falar o que tinha feito, as coisas boas e as dificuldades pelas quais passaram. Tivemos várias ideias, de fazer coisas que a gente não fazia. E percebi também que as dificuldades são muito parecidas. Um deles é o maior engajamento das lideranças Vale nas ações voluntárias, pois a participação da liderança na ação ou na divulgação contribuem muito no engajamento de voluntários, pois eles são vistos como exemplos. O encontro, para mim, também foi muito bom porque o contato pessoal enriquece as relações, a troca de experiências, é muito bom ver a expressão de cada um. Penso que esses encontros devem acontecer sempre”.

Marcos Tadashi, Comitê São Luís

 

“Para mim, o encontro foi incrível, tivemos muitos esclarecimentos, uma troca de ideias com muita inspiração sobre o que podemos fazer juntos, como podemos padronizar as ações. Pude observar, por exemplo, que o nosso Comitê Serra Leste tem ajuda da liderança, o que é muito importante. Aqui nós temos a rotina de fazer reuniões online, porque não cabe todo mundo na sala. Mas quando precisamos fazer nosso planejamento anual, vamos para Carajás, envolvemos os líderes, fazemos reunião o dia inteiro. Achei interessante, no encontro, quando a Mariana Pedroza disse que ser voluntário não é só doar, que a gente precisa deixar um legado para que a comunidade possa continuar crescendo, dando continuidade àquilo que começamos. Vamos levar em conta isso na nossa reunião anual. Enfim, achei o encontro muito produtivo e me deu muitas ideias”.

Ana Silva, Comitê Serra Leste

 

“Foi um encontro mágico. Só de poder compartilhar aprendizados, experiências com os outro(a)s voluntário(a)s foi demais. Nós só nos conhecíamos por vídeo, e foi muito bom se conhecer pessoalmente, saber que os outros passam pelos mesmos desafios que a gente passa. Essa troca de experiências entre os voluntário(a)s soma muito, porque a gente acaba tendo ideias novas, que outros compartilham. Nós, do Comitê Açailândia, temos o hábito de fazer reuniões viam Teams para ir acertando as ações. Fizemos no mês passado, por exemplo, a ‘Apoie um Ciclo’, que foi muito bacana. O trabalho de voluntariado é algo que surge dentro da gente, tenho essa vontade de ajudar, de fazer a diferença na vida das pessoas. E foi muito bom o Encontro porque éramos pessoas com essa mesma energia, na mesma sintonia. As conversas foram ótimas. Acho que precisa ter esses encontros mais vezes, pelo menos uma vez ao ano, para termos esses momentos de conexão”.

Crisvelton Souza, Comitê Açailândia