Todos contra a dengue
Dados do Ministério da Saúde divulgados no dia 29 de fevereiro dão conta de que o Brasil já tem o registro de 1.212.263 casos de dengue, doença provocada pelo mosquito aedes aegipty. Os estados de maior incidência da doença, que já causou 278 óbitos, são Acre, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, Paraná e Distrito Federal. Já em Roraima, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas, Pernambuco e Sergipe a incidência é menor, segundo o mapa disponibilizado pelo Ministério da Saúde.
O que mais preocupa os analistas do Ministério é que o crescimento nesse período do ano não é esperado, já que as tendências históricas indicam o pico das epidemias de dengue entre março e abril. Por conta disso, no último sábado, dia 2 de março, foi realizado Dia D de Mobilização Nacional contra a Dengue, que contou com a união do governo federal, estados, municípios e de toda a sociedade para reforçar as ações de prevenção e eliminação dos focos do mosquito, com o tema ‘Dez minutos contra a dengue’.
Para garantir a saúde de sua família e de sua comunidade, basta fazer uma checagem de cerca de dez minutos nos locais onde ele costuma colocar seus ovos. Esta rotina tem que ser semanal, pois este é o período que o Aedes aegypti precisa para se desenvolver e passar da fase de ovo para a fase de mosquito adulto.
Diante deste cenário, os voluntários são importantes aliados nesta luta, pois conseguem ampliar a divulgação de informações sobre a dengue e o combate ao mosquito, bem como apoiar as ações de combate aos focos de dengue.
Neste sentido, um exemplo de ação realizada pela Rede Voluntária Vale, por meio do Comitê Regional Brumadinho em parceria com a Gerência de Saúde do Corredor Sul foi um multirão de limpeza em parceria com a Prefeitura de Brumadinho, a Secretaria de Saúde e empresas fornecedoras da Vale, como Terrabel, Mecbrum e Cimcop. A ação, realizada no dia 24 de fevereiro, ocorreu nos bairros COHAB, Progresso I e II, Presidente e Grajaú.
Segundo Daniela Braga, do Comitê Brumadinho, que esteve no Mutirão, o que os moveu foi a preocupação com o aumento dos casos de dengue na região.
“Ficamos incomodados porque estávamos recebendo muitos atestados de empregados da Vale com dengue. Primeiro fizemos ações aqui mesmo dentro da nossa unidade, mas a doença continuava se espalhando. E fomos convidadas a pensar fora da caixa: como poderíamos ajudar a população para diminuir os casos de dengue? Foi quando surgiu a ideia de fazer um mutirão, indo para a cidade para tentar eliminar os focos do mosquito, coletando os resíduos, as tampinhas de garrafa, tirando lixo acumulado. Foi uma ação que começou às 8h e só terminou por volta das 11h, e tivemos aprovação da população”.
Juliana Pereira, voluntária do Comitê Brumadinho também à frente do mutirão, ficou responsável por fazer contato com a Secretaria de Saúde para o necessário apoio ao mutirão.
“Brumadinho estava entre as cinco cidades do estado com maior número de casos de dengue, isso preocupou muito. Fizemos contato com a Secretaria de Saúde, com empresas parceiras, e fizemos o mutirão. Como já trabalhei na Prefeitura, para mim não foi difícil fazer esse contato. Fomos para a rua e achamos muitos focos, que foram reportados para a Secretaria para registro. A limpeza urbana da Prefeitura também fez parceria conosco. Fomos para os cinco bairros apontados pela Secretaria por serem os mais atingidos pela dengue”, disse Juliana.
A divulgação do mutirão foi feito dentro da Vale, e houve a adesão de cerca de 30 voluntários. As empresas parceiras doaram repelentes para todos, assim como água e sacos de lixo.
“Nossa abordagem foi na rua, onde realizamos a sensibilização das pessoas. Entramos só numa casa, mas foi porque as duas moradoras nos convidaram, fizeram questão que entrássemos. Tinha uma área de jardim, mas o restante da casa estava tudo dentro dos conformes”, explicou João Braga, voluntário do Comitê que esteve também no mutirão.
Juliana explicou que a ação do mutirão foi emergencial, não estava previsto na agenda de ações do Comitê. Mas, como foi bem sucedido, agora o Comitê está se organizando para fazer a mesma ação em dezembro, como prevenção, para conscientizar a população antes que aconteça a epidemia.
Para contribuir com informações a respeito da dengue e de outras arboviroses, como zika e chikungunya, a Rede Voluntária Vale compartilha aqui as principais informações a respeito deste assunto.
1 – O que é a dengue?
Faz parte de um grupo de doenças denominadas arboviroses (dengue, chikungunya, Zika) que se caracterizam por serem causadas por vírus transmitidos por vetores artrópodes. No Brasil, o vetor da dengue é a fêmea do mosquito Aedes aegypti, que significa “odioso do Egito”. Ela não só transmite o vírus da dengue, como o vírus causador da febre chikungunya e o Zika vírus.
2 – Quais são os principais sintomas de cada uma das doenças arboviroses?
A dengue se manifesta especialmente com febre (39°C a 40°C) de início repentino e pode causar dor de cabeça, prostração, dores musculares e/ou articulares e dor atrás dos olhos. O diagnóstico da chikungunya é mais complexo, mas ela também pode começar com febre, acompanhada por dor nas articulações. A infecção pelo vírus Zika pode ser assintomática, mas quando apresenta sintomas são febre baixa, conjuntivite, dor de cabeça, irritação na pele. O mais importante é que a pessoa, ao apresentar quaisquer desses sintomas, procure ajuda médica. O Sistema Único de Saúde está aparelhado para fazer exames e acertar o diagnóstico.
3 – Qual é o tratamento?
No caso de dengue, sobretudo, mas também nos outros casos, há necessidade de beber muita água. Mas é fundamental que a pessoa que apresente os sintomas não se automedique. Recomenda-se que ela procure imediatamente o serviço de urgência, sobretudo em caso de sangramentos ou surgimento de pelo menos um sinal de alarme.
4 – Onde e como esse mosquito Aedes aegipty se reproduz?
O Aedes é um mosquito doméstico, que vive em áreas urbanas, dentro ou ao redor de domicílios ou de outros locais frequentados por pessoas. A fêmea, nossa maior vilã, tem hábitos preferencialmente diurnos e alimenta-se de sangue humano para fazer a maturação dos seus ovos. Mas à noite, às vezes, ela também pode picar. A temperatura climática e pluviosidade são outros fatores importantes que influenciam na infestação pelo Aedes. Quanto mais calor e chuva, mais chances há.
5 – O que fazer para evitar a proliferação do mosquito?
É preciso que sejam adotadas medidas permanentes de controle do vetor, durante todo o ano, a partir de ações preventivas de eliminação de criadouros. Toda a população tem um papel importante.
São doze as principais ações:
6 – Já existe vacina contra a dengue?
O Brasil é o primeiro país do mundo a oferecer vacina contra a dengue, mas Diante da capacidade limitada de fabricação das doses da vacina pela farmacêutica, cerca de 3,2 milhões de pessoas devem ser vacinadas ao longo de 2024. Neste início, somente as crianças de 10 a 14 anos, faixa etária que concentra o segundo maior número de hospitalização por dengue, é que poderão receber a dose. A população idosa, que está em primeiro lugar em hospitalização, não teve permissão da Anvisa para receber a vacina. Neste link você pode ver quais os municípios que já receberam a vacina.
7 – Como o voluntariado pode colaborar no combate ao mosquito?
A exemplo do que foi feito pelo Comitê Brumadinho, os voluntários e voluntárias da Rede Voluntária Vale podem organizar mutirões de limpeza, sempre acompanhados por agentes de saúde. Buscar essa parceria é imprescindível porque só os agentes podem pedir permissão para entrar nas residências. Outra iniciativa importante é distribuir materiais que expliquem tudo sobre a doença e sobre como se prevenir. Os panfletos devem ser adquiridos na Unidade Básica de Saúde.
Clique aqui para acessar todo o material disponibilizado pelo Ministério da Saúde a respeito da dengue.