Campanha Setembro Amarelo: ‘atenção aproxima as pessoas”
Setembro é o mês mundial de prevenção do suicídio, conhecido por muitos como Setembro Amarelo. A iniciativa visa contribuir com a quebra de tabus e a prevenção ao suicídio no Brasil por meio da divulgação de informações sobre o tema.
O lema escolhido para a Campanha Setembro Amarelo deste ano é “Atenção aproxima as pessoas”. O objetivo é conscientizar e promover a tônica de que um olhar atento, acolhedor e solidário pode fazer a diferença em meio às ocupações do dia a dia, quando as pessoas, muitas vezes estão mais focadas em si.
“Influenciados pelo estresse e pela correria do dia a dia, muitas vezes deixamos de perceber quem está ao nosso redor, focando apenas em nós mesmos. No entanto, é importante lembrar que ouvir de forma empática não é apenas uma prática de autocuidado, mas também um gesto essencial de acolhimento para aqueles que convivem conosco. A atenção ao outro pode ser o primeiro passo para ajudar a salvar uma vida,” afirma Carlos Correia, voluntário do Centro de Valorização da Vida (CVV) e participante do Movimento Setembro Amarelo.
Dados Brasil
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde, o suicídio é a quarta causa de morte depois de acidentes no trânsito, tuberculose e violência interpessoal entre os jovens brasileiros de 15 a 29 anos. Dados da OMS também apontam que o suicídio é considerado a segunda causa de mortes entre jovens no mundo, depois de acidentes de trânsito.
Os números da OMS dão conta de que, no Brasil, os registros de suicídios se aproximam de 14 mil casos por ano, uma média de 38 suicídios por dia. A cada 100 mil homens brasileiros, 12,6% cometem suicídio; entre mulheres, a comparação aponta para 5,4% casos de suicídio a cada 100 mil mulheres brasileiras.
Os dados são alarmantes, e mesmo assim pouco se fala sobre o suicídio. A razão disso pode estar no fato de que esse é um assunto considerado tabu e cheio de estigmas, seja por uma questão cultural, religiosa ou até mesmo por medo e vergonha. Acontece que muito se pensa sobre o assunto de uma forma simplista, como se a pessoa que tira a própria vida desistiu, não teve força suficiente, entre outros. A verdade é que a pessoa em intenso sofrimento quer apenas se libertar dele e esses estereótipos provocados pela falta de informação só dificultam a busca por ajuda e, consequentemente, inibe uma prevenção bem-sucedida.
O suicídio é um fenômeno complexo que pode afetar indivíduos de diferentes origens, classes sociais, idades, orientações sexuais e identidades de gênero.
Atenção aos sinais
Pequenas mudanças podem indicar um pedido de ajuda. O site setembroamarelo.org.br informa alguns sinais que devemos ter atenção.
Para contribuir com a compreensão deste tema, o Centro de Valorização da Vale elaborou a cartilha “Falando abertamente sobre suicídio” com perguntas e respostas que desmistificam o tabu em torno do suicídio.
Onde buscar ajuda?
No Brasil, o Sistema Única de Saúde (SUS) disponibiliza os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e as Unidades Básicas de Saúde (UBS), que são as portas de entrada para o atendimento na área de saúde mental. Para o primeiro atendimento, a pessoa deve buscar a UBS mais próxima de sua residência, onde ela receberá ajuda ou será encaminhada para o CAPS.
Além disso, também estão disponíveis para atendimento os hospitais, Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24H, SAMU 192 e pronto-socorro.
Em parceria com o SUS, o Centro de Valorização da Vida (CVV) realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, por telefone, email, chat e voip 24 horas todos os dias. A ligação para o CVV, por meio do número 188, é gratuita a partir de qualquer linha telefônica fixa ou celular. Também é possível acessar www.cvv.org.br para chat, Skype, e-mail e mais informações sobre ligação gratuita.
Como o voluntariado pode apoiar esta causa?
O voluntariado é um grande aliado nesta causa. Por meio do voluntariado é possível ampliar as informações sobre este tema, a fim de ajudar a identificar sinais e saber como solicitar ajuda.
Para evitar ou combater um problema, é importante conhecê-lo. Por isso, quanto mais disseminarmos conteúdos a respeito e promovermos conversas, mais estaremos contribuindo para a prevenção ao suicídio.
Vamos mostrar a força da nossa Rede também para espalhar as informações sobre essa campanha tão esclarecedora.
Seja parte desse movimento, fazendo diferença na vida das pessoas que mais precisam.
Materiais sobre o tema
A UNICEF e o Centro de Valorização da Vida desenvolveram três séries de vídeos com o objetivo de reduzir os crescentes índices de suicídio entre jovens e adolescentes no país. Todos os materiais estão disponíveis ao público para uso gratuito e livre e, dessa maneira, compartilham informações de qualidade e na linguagem adequada, favorecendo o diálogo aberto, livre de mitos e tabus sobre o assunto.
SÉRIE DIRECIONADA PARA JOVENS
Seis vídeos de 1 minuto cada para fácil compartilhamento nas redes sociais. Em cada um desses vídeos, um jovem fala em primeira pessoa sobre problemas muito reais à essa faixa etária que podem impactar na saúde emocional e na vontade de viver, como drogas, abuso sexual, pressão por notas e discriminação e, em todos os vídeos, são apontadas possibilidades de se buscar ajuda.
SÉRIE DIRECIONADA PARA PAIS E EDUCADORES
Seis vídeos e um guia em pdf. Cada vídeo tem por volta de 10 minutos com entrevistas de especialistas, educadores e pessoas com histórias próximas a suicídios, com temas como “o papel da escola na prevenção do suicídio”, “o papel da família na prevenção do suicídio” e “situações que podem levar ao suicídio”. O objetivo é auxiliar esses adultos diretamente envolvidos na prevenção do suicídio de jovens, adolescentes e crianças a se preparem melhor para isso, aprendendo a observar sinais, abordar os jovens quando necessário e ter postura efetivamente preventiva.
SÉRIE DIRECIONADA PARA A FORMAÇÃO DE FACILITADORES DE GRUPO DE APOIO A SOBREVIVENTES DO SUICÍDIO
Seis videoaulas e um guia em pdf. São vídeos mais longos e apresentados didaticamente, passo a passo, para uma pessoa interessada avaliar sua condição de montar e facilitar um grupo de apoio a sobreviventes do suicídio, escolher o melhor formato, compreender seu funcionamento, objetivos e se preparar para a rotina desse grupo.